Viseu vê orçamento para 2026 reforçado, com foco na segurança
Eleito nas últimas autárquicas, o presidente da Câmara de Viseu, João Azevedo (PS), admite que o orçamento para o próximo ano reflete o facto de este executivo estar “na fase do planeamento e do desenho”. Ainda assim, houve “um aumento de mais de dez milhões de euros do orçamento [da Câmara] de 2025 para o de 2026”.
Ao orçamento de 122.243.249 de euros para a Câmara, juntam-se 30.836.100 de euros do orçamento para os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, num total de 153.079.349 de euros.
Este ano, o orçamento da Câmara foi de 109 milhões de euros e o dos SMAS de 24 milhões de euros.
No que respeita à Câmara, as principais fatias do orçamento vão para a Ação Social (12.864.642 euros), a Educação (12.191.037 euros), a Saúde (11.248.671 euros), a Mobilidade (8.736.465 euros) e o Ordenamento do Território (6.858.731 euros).
Os principais investimentos previstos do SMAS são de 4.176.000 euros para sistemas de drenagem de águas residuais e de 3.451.000 euros para captação e distribuição de água.
João Azevedo destaca também a área da Segurança, avançando que, “pela primeira vez desde a fundação da Polícia Municipal de Viseu, vai haver um aumento significativo no quadro de pessoal”, com a criação de 12 lugares.
“E criámos hoje a possibilidade de termos mais 20 bombeiros sapadores municipais para estarmos preparados para a defesa de pessoas e bens”, acrescenta.
Na opinião dos vereadores do PSD, trata-se de “um orçamento que tem uma continuidade daquilo que afinal estava bem, mas que nada de novo traz de acordo com as promessas que o PS fez aos viseenses”.
Segundo o antigo vice-presidente da autarquia, João Paulo Gouveia, apesar de há um ano João Azevedo (que estava na oposição) ter criticado que o orçamento para este ano “não tinha ambição, era um ‘copy past’ dos anos anteriores”, o orçamento para 2026 “é exatamente a conclusão de um conjunto de projetos e de infraestruturas que vinham do passado”.
“Tudo o que existe de novo não tem rubrica orçamental. Ainda que esteja inscrito, não tem rubrica orçamental. Portanto, o PSD absteve-se”, justifica.
Questionado sobre obras previstas para 2026, João Azevedo disse haver “muitas para fazer” e que “o quadro financeiro do município ajuda a obras que já são financiadas”.
“Estamos a falar de obras na área do Desporto, da Saúde, da Cultura. Por exemplo, temos aí inserida a requalificação do multiúsos, mas estamos na fase do planeamento e do desenho. Vamos ter de recuperar o tempo perdido para que isso seja uma concretização”, acrescenta.
Sobre as Unidades de Saúde Familiares (USF) que o executivo liderado por Fernando Ruas (PSD) pretendia construir na Avenida da Europa, o autarca socialista diz preferir dar brevemente mais informações sobre o assunto.
Segundo João Azevedo, na área da Saúde há acordos assinados que têm de ser cumpridos e “obras no valor de 19 milhões de euros que ainda nem sequer estão adjudicadas, algumas ainda nem projeto têm”.
João Paulo Gouveia disse que o pacote de descentralização “tem a ver com nove requalificações nas extensões de saúde nas freguesias, com projeto praticamente fechado e dotação orçamental”, como a requalificação do centro de saúde de Jugueiros, que “também tinha projeto concluído e dotação orçamental totalmente decidida”, e o investimento nas USF da Avenida da Europa.
“Tinham um compromisso assumido do Governo, que o senhor presidente da Câmara agora tem de resolver, porque a inscrição orçamental não é suficiente para fazer as USF”, frisa.
Segundo João Paulo Gouveia, João Azevedo é que “terá de perceber onde é que vai buscar o resto do dinheiro”.