Orçamento municipal de Seia ultrapassa os 43 milhões com aumento superior a 6 milhões de euros
O orçamento da Câmara de Seia para 2026, de 43,1 milhões de euros, foi aprovado, por maioria, com os votos favoráveis dos quatro eleitos do PS e os votos contra dos três vereadores do PSD no executivo autárquico.
Trata-se de um aumento de 6,1 milhões de euros face ao orçamento em vigor.
“Além de assegurar a execução de importantes investimentos em curso, como a Escola Secundária ou o novo quartel da GNR, este orçamento responde à melhoria da qualidade de vida e da coesão social, ampliando o investimento, protegendo o rendimento das famílias e reforçando a competitividade das empresas, sem por em causa a sustentabilidade financeira da autarquia”, considera o presidente do município, Luciano Ribeiro, em comunicado enviado à agência Lusa.
Entre as prioridades daquela autarquia do distrito da Guarda estão a ampliação da área de acolhimento empresarial da Abrunheira, a valorização económica do aeródromo local, cujo processo de certificação para a aviação civil está “na fase final”, adianta o edil socialista no mesmo documento.
A conclusão da requalificação da Escola Secundária e a candidatura da reabilitação da Escola Guilherme Correia de Carvalho, estimada em meio milhão de euros, são outros destaques.
Em 2026, a Câmara de Seia vai prosseguir com a manutenção da rede viária municipal, “com mais de três milhões de euros de empreitadas em execução que transitam do ano anterior”.
O município alocou ainda sete milhões de euros para a reparação de infraestruturas e equipamentos públicos danificados pelos incêndios do verão, que serão comparticipadas em 85% pelo Fundo de Emergência Municipal.
No próximo ano, a autarquia pretende iniciar as obras do Parque da Quinta da Nogueira, o Parque Verde Urbano de Seia, que ligará ao Parque Municipal e ao Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE).
“É também nossa intenção trilhar um caminho que permita um aumento gradual das transferências para as Juntas de Freguesia, atualizando os acordos interadministrativos ou até mesmo transferindo competências”, adiantou Luciano Ribeiro.
O presidente da Câmara de Seia realça ainda o “alívio da carga fiscal” para as famílias e empresas com o objetivo de “aumentar a coesão social e tornar o território mais desenvolvido”.
A taxa de IMI continuará nos 0,34%, com as minorações previstas em função dos agregados familiares, da localização ou da eficiência energética dos edifícios.
No IRS, a Câmara de Seia mantém a devolução de metade da taxa variável a que tem direito, enquanto na Derrama os pequenos negócios locais voltam a beneficiar da taxa mínima aplicável – tendencialmente zero.
“Tal como no mandato anterior, concretizaremos os objetivos propostos sem aumentar a dívida, comprometer o investimento ou a capacidade de execução da autarquia”, assegurou Luciano Ribeiro.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Hortênsio, vereador do PSD, lamentou que o município tenha, para 2026, “um conjunto de intenções baseadas, sobretudo, em investimentos da administração central, como as obras no Instituto de Emprego, do quartel da GNR ou do Centro de Saúde, que vão transitar para 2026, que, associados aos salários e a um conjunto de valores de manutenção, deixarão muito pouco para o investimento”.
“Importava que houvesse mais ambição, mais garra, mais capacidade de liderança, mas o que vemos é que a governação do PS irá fazer exatamente aquilo que fez no último mandato, que é gestão corrente e de intenções vagas”, apontou o social-democrata.
O vereador independente, eleito pelo PSD, lamentou que os próximos quatro anos sejam “de perfeita normalidade face ao último mandato, porque não vemos a Câmara pensar o concelho de forma integrada e estratégica”.
No entanto, Paulo Hortênsio manifestou disponibilidade “para ajudar” a maioria PS a “transformar Seia num concelho de referência na região”.
O Plano e Orçamento da Câmara de Seia para 2026 foram aprovados, também por maioria, pela Assembleia Municipal realizada em 12 de dezembro.