De framboesa, espumante ou queijo da serra. Oferecer bombons (para todos os gostos) não passa de moda

Há 27 anos a vender chocolates e há 17 a fabricar, a Chocolateria Delícia, no centro de Viseu, é uma montra para tudo o que produz
 
Mariana Rebelo Silva
Mariana Rebelo Silva Jornalista
20 dez. 2025, 07:00

Manuela Soares, atrás da montra que exibe as várias variedades de chocolate na Delícia
Fotografia: Manuela Soares abriu a Chocolateria Delícia, em Viseu, em 2013

É um verdadeiro entra e sai e desengane-se quem acha que já não é moda oferecer chocolates pelo Natal.

“Continuamos a receber encomendas a toda a hora”, revela Manuela Soares, CEO da Chocolateria Delícia, em Viseu.

Quer seja para a mãe, para o pai, para uma amiga ou amigo especial, o chocolate faz a delícia de muitos e aqui são feitos à moda antiga.

Da loja vemos a correria que se vive na fábrica (há apenas um vidro que separa os dois espaços) e a fonte onde corre chocolate, mas os nossos olhos vão, de imediato, para a vitrina com 80 variedades de chocolate. Alguns bombons são residentes, como o bombom de framboesa, o preferido de muitos.

O mestre chocolateiro é Filipe Oliveira, filho de Manuela. Tem 24 anos, mas já trabalha no mundo do chocolate desde os 18.

 

 

“Aqui não se estraga nenhum chocolate. Nem aqueles que partem”, brinca Filipe, que já perdeu a conta ao número de bombons que já criou.

O bombom mais especial que criou é o de maçã verde, mas o mais elaborado é o de ginja.

Atualmente está de volta dos bombons de morango e de canela, mas é o bombom de framboesa que faz a delícia de todos. “É uma coisa doida”, revela.

O bombom de trufa de cacau é o preferido do mestre, mas há mais, como é o caso do bombom de castanha, de flor de sal, do vinho da casta Touriga Nacional, do espumante Pedra Cancela, do doce de ovos e do Queijo da Serra, tudo produtos regionais. “Temos muitos clientes que chegam aqui e nos pedem para fazer bombons com os produtos deles”, revela Filipe.

Esgotado já está o bombom de amora brava, uma novidade deste Natal, mas há muitas opções. “As caixas com os cavalinhos de chocolate são uma ternura e a nossa nova coleção de caixas de cartão rígido e os presépios”.

Há caixas que levam desde um bombom até 90. É, literalmente, à vontade do freguês.

Atualmente, a Delícia vende para quase todo o mundo e, pasme-se, até para a Suíça. “Os nossos emigrantes têm muito orgulho em mostrar os nossos chocolates, para eles perceberem que nós, cá, também fazemos chocolates bons”, sorri Manuela.

“No primeiro ano de produção já exportávamos para os EUA”, lembra.

 

 

A história da chocolataria artesanal

A história da Delícia começou há 27 anos, numa “loja muito pequenina”. “Começámos por comprar os bombons às fábricas tradicionais portuguesas”, recorda ao Conta Lá Manuela Soares, que, em 1998, abriu uma loja, a Pirulito, de gomas e guloseimas com o ex-marido, que tinha o sonho de fazer chocolates.

Já na altura se distinguiam pelas embalagens. “Tínhamos caixas de vidro, de estanho, de madeira, de pedra”.

Mais tarde, em 2007, compraram as fábricas La Española e a Choco Rainha e trouxeram para Viseu alguns moldes e algumas máquinas que instalaram em casa e ainda utilizam para produzir chocolate.

“De outra forma os chocolates desapareceriam das prateleiras e da memória dos portugueses”, revela.

A Chocolateria Delícia abriu em 2013. “Começámos a fazer chocolate com os moldes originais que têm dezenas e dezenas de anos e a evoluir em receitas próprias e bombons de autor”, lembra Manuela.

Os bombons tradicionais portugueses nunca foram deixados para trás. “Mantivemos sempre a produção dos ratinhos, dos carrinhos, das sombrinhas, os cigarrinhos e os bombons de frutos secos”.

A Chocolateria cresceu também em número de funcionários. Inicialmente eram apenas dois, a Manuela e o marido, atualmente já são oito.