Beja vai ter o primeiro abrigo climático em Portugal

O projeto pioneiro permite tornar a cidade, que atinge temperaturas muito altas, num espaço mais agradável. O Jardim Público é o local escolhido para as “ilhas verdes” que ajudam a lidar com os fenómenos climáticos extremos. 
Agência Lusa
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20 dez. 2025, 14:03

Jardim Municipal de Beja
Fotografia: Jardim Público de Beja vai ter "ilhas verdes" (CM Beja)

O Jardim Público de Beja vai ser o primeiro espaço a acolher um projeto pioneiro em Portugal que adaptará a cidade para lidar com fenómenos climáticos extremos, anunciou este sábado a ministra do Ambiente e Energia.

Segundo Maria da Graça Carvalho, Beja é uma das capitais de distrito "mais quentes do País", onde no verão "só se sai de casa às 18:00 ou então muito cedo" e, por isso, é importante que seja criada "uma rede de espaços na cidade" que ajude a "baixar a temperatura e a torná-la mais agradável".

A ministra do Ambiente e da Energia falava aos jornalistas à margem de uma cerimónia de assinatura de protocolos na Câmara de Beja.

Estas "ilhas verdes", segundo explicou a ministra, são "espaços seguros" concebidos para proteger as pessoas dos impactos de determinados eventos climáticos extremos, como ondas de calor, tempestades ou frio intenso.

O projeto, que está a ser desenvolvido em várias cidades europeias, prevê a construção de zonas de repouso com maior sombreamento por coberturas arbóreas, reforço do arvoredo, presença de água, solo não impermeabilizado e bancos de materiais não condutores de calor.

"O Jardim Municipal é um bom local para se começar a fazer esses testes de como baixar alguns graus de temperatura e tornar o espaço climaticamente uma ilha verde, que é aquilo que a Europa está a pedir que as cidades de alguma dimensão e com altas temperaturas façam", aludiu.

Segundo a ministra, a cidade de Beja poderá ter outras "ilhas verdes", uma vez que, "tem vários sítios" e "espaços verdes", como "ruas não muito largas e dão para colocar algum sombreamento".

Estes abrigos climáticos podem, também, ser desenvolvidos em bibliotecas, museus, centros comerciais, igrejas, piscinas ou em locais frescos, climatizados ou com sombreamento.

Na referida cerimónia foram, ainda, assinados três protocolos de colaboração técnica e financeira para a reabilitação da ribeira do Barranco do Poço dos Frangos, do Barranco do Sardão e da ribeira paralela ao IP.

Os acordos foram assinados pela Agência Portuguesa do Ambiente e pela Câmara de Beja.